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01 Jul, 2020

Amostras: do planejamento à análise.

Por Pedro H. Gazolla | 01 de Julho de 2020 | Amostras Representativa, Planejar, Analisar |

Uma amostra é uma quantidade representativa do universo que se deseja amostrar. Sendo assim, tem a finalidade de conseguir simular, da melhor forma possível, as características do todo.

A amostra é composta por vários incrementos, sendo estes materiais (de massa semelhante) retirados do todo em que será feito a amostragem, compondo a amostra global que é a representativa.

A amostra é composta por vários incrementos, sendo estes materiais (de massa semelhante) retirados do todo em que será feito a amostragem, compondo a amostra global que é a representativa.

Depois de elaborado o planejamento, podemos realizar a retirada, coleta e armazenamento e identificação das amostras. Em cada uma dessas etapas é recomendável o uso de alguns instrumentos, tais como: marreta e ponteira caso precise fragmentar o material, pás para auxiliar na coleta, sacos plásticos de diversos tamanhos para o armazenamento e etiquetas e canetas para ajudar a identificar. Também é de suma importância o uso de equipamentos de proteção indivual (EPI’s), como óculos de proteção e luvas, durante a realização dessas tarefas.

Por fim, deve-se verificar a heterogeneidade da própriedade que se deseja analisar. Quanto mais heterogênio o material, maior o número de amostras para garantir a representatividade.

Para os diferentes tipos de materiais a serem analisados, a coleta de amostras também se dá de forma difente. Ou seja, rochas, minério e minerais possuem formas diferentes de serem coletadas. Porém, deve ser sempre levado em consideração qual caracterísitica irá ser analisada.

COLETA DE ROCHAS E MINÉRIO:
Para realizar a coleta de amotras de rochas e minérios, os procedimentos são semelhantes. Assim, os seguintes passos devem ser realizados:

1. Delimitar a área que se deseja amostrar e traçar uma malha de amostragem aproximadamente regular, adotando pontos de coleta regularmente espaçados;
2. Coletar um incremento em cada ponto de amostragem, eliminando a parte superficial. Na coleta de amostras de minério, assim como na coleta de rocha, é necessário a retirada de um material não alterado para uma análise satisfatória;
3. Armazene os incrementos em um saco plástico, devidamente identificado, e lacre-o;
4. Prepare sua amostra para envio ao laboratório de análise, e envie todas as informações relevantes referentes a amostra.

Para rochas, em caso de análises químicas, uma amostra de aproximadamente 1Kg deve ser utilizada. Entretanto se for para realizar ensaios geomecánicos, devemos ter um bloco da rocha sã para retirar os corpos de prova

COLETA DE MINERAIS:
Para os minerais é necessário levar em conta quais técnicas de análises serão usadas (detrutivas ou não destrutivas). Em caso de identificação sem destruição do material, podemos identificar o mineral através de suas propriedades físicas tais como hábito, cor, traço, dureza, magnetismo, entre outros. Quanto mais puro, bem cristalizado e com suas faces bem preservadas o mineral estiver, melhor será a análise.

Para uma análise mineralógica destrutiva, o mineral não precisa estar bem cristalizado, entretanto é importante que não contenha muitos contaminantes, facilitando a análise dos resultados obtidos.

Já para materiais como areia (sedimentos de corrente), devemos fazer a coleta no início , meio e fim da área de ocorrência e em profundidade, tendo em vista a vasta variabilidade da granulometria ao longo do percurso, por se tratar de um material transportado. Deve ser feita uma análise granulométrica prévia da areia para se estabelecer qual será seu uso. Para a coleta de amostras de areia para uso como agregado na construção civil, assim como para sua redução para ensaios laboratoriais e classificação, temos normas brasileiras que nos auxiliam:

  • NBR NM 26/2009: Agregados – Amostragem; - Estabelece os procedimentos para a amostragem de agregados, desde a sua extração e redução até o armazenamento e transporte das amostras representativas de agregados para concreto, destinadas a ensaios de laboratório
  • NBR NM 27/2001: Agregados – Redução de amostras de campo para ensaios de laboratório; - Estabelece as condições exigíveis na redução da amostra de agregado formada no campo, para ensaio de laboratório

  • Por fim, mas não menos importante, temos o transporte das amostras que deve ser realizado com algumas precauções com a finalidade de evitar perda de material, contaminação ou quebra da amostra. O transporte das amostras pode ser feito de várias maneiras, podendo ser feita pelos correios e até mesmo pelo próprio contratante. Com isso, as amostras devem ser preferencialmente guardadas em sacos plásticos resistentes (para evitar abertura, rasgo ou perfuração) e em caixas mais rígidas (protegendo contra choques mecânicos)

    No decorrer da coleta, tome cuidado quanto ao uso dos intrumentos e com possíveis contaminações. Sempre tenha em mente, uma coleta bem realizada nos permite fornecer resultados mais próximos da realidade.

    E quanto às análises? Estamos aqui para te ajudar com isso!