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08 Jul, 2020

USO DO SEIS SIGMA NA MINERAÇÃO

Por Antônio de Oliveira Malta | 08 de Julho de 2020 | Metodologia, Resultados, Mineração |

Surgida nos anos 80 com o objetivo de melhorar a cadeia produtiva da Motorola, depois da companhia perceber que havia vários erros na linha de produção além da qualidade inferior e preços mais altos de seus produtos perante aos concorrentes, dois engenheiros Bill Smith e Mikel Harry, começaram a formular um relatório referente a uma empresa japonesa que conseguiu diminuir a produção de televisores defeituosas, como resultado, estes puderam perceber que quanto menor for o número de não conformidades em cada estágio de produção, melhor será o desempenho.

O seis sigma é uma metodologia quantitativa, o que significa que pra ser utilizada é necessário dados confiáveis e centrados e no final é possível quantificar com números a efetividade do implementado, e tem por objetivo uma produção mais eficiente, com redução de custos, mitigar erros e riscos e melhorar a satisfação do cliente final.

Um processo pode ser inserido em diferentes graus de qualidade sigma de acordo com a especificidade da empresa, o grau de 1 sigma tem 691.463 erros por milhão e o mais alto é o 6 sigma com 3,4 erros por milhão de tentativas e um percentual de conformidade de 99,9966%. Na mineração esse número, geralmente não é alto, devido a diversos fatores, como equipamentos de grande porte caros e que necessitam de constante manutenção, grande movimentação de carga, dados geológicos complexos, erros no desmonte de rochas, entre outros. Porém quando alguma melhoria é aplicada em algum processo, os ganhos financeiros e de produtividade são consideravelmente altos.

Como exemplo de como a metodologia seis sigma pode ser aplicada na mineração, pode se citar o trabalho feito por SILVA, 2019, onde a partir do uso da metodologia, foi possível obter um aumento na taxa de perfuração de uma perfuratriz na mina de água limpa em 13% o que acarretou em um ganho financeiro de R$ 275.025,16 para a empresa. Para isso o autor fez uma pesquisa no histórico da taxa de perfuração para definir uma média de quanto a empresa perfurava pelo tempo, além de visitas ao local e analises dos materiais utilizados e dos profissionais atuantes. A partir dai o autor sugeriu algumas mudanças como o aumento da praça de perfuração, afiamento dos bits com mais frequência, ajuste da pressão de ar e de avanço de acordo com a litologia do local e operários mais capacitados. Os resultados foram analisados por seis meses.

O potencial dessa ferramenta é enorme e muito aplicável em diversos setores da mineração, desde a fase de pesquisa até a recuperação metalúrgica e o tempo de aplicação do projeto varia de acordo com as especificações do processo a ser trabalhado, mas com resultados a curto prazo.


Referências:
SILVA, Kariny Faria. A utilização da metodologia Seis Sigma para aumentar a taxa de perfuração das perfuratrizes Atlas Copco DM 30 em uma mina de minério de ferro. 2019. 36 f. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) - Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, João Monlevade. 2019.

CABRAL, Priscila Jardim Mariano. Aplicação da metodologia seis sigma na análise da recuperação metalúrgica em uma mineradora de Itabira - MG. 2019. 67 f. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) - Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, João Monlevade, 2019.